quinta-feira, 27 de outubro de 2016

E porque o outono é uma estação tão bonita...

(from Norm Architects) 


Vale a pena fazer alguns trabalhos sobre o outono, como por exemplo com as folhas. Desde pinturas por cima das folhas para fazer uma impressão do desenho da folha, passando por impressões com folhas, animais imaginados com as folhas e até algo mais complexo. Deixo aqui algumas das minhas ideias preferidas:

Taça outonal


(from Emma Owl blog)

materais: argila para modelar (de preferência com auto endurecimento para não precisar de ir ao forno), tinta acrílica, pincéis e uma folha grande e perfeitas condições.

como fazer: estender a massa toda direita com um rolo e, em cima da massa esticada, deitar a folha. Em seguida, passar o rolo por cima da folha e da massa, para que a impressão das nervuras da folha fique bem feita. Em seguida, cortar as bordas da massa em redor da folha. Encurvar a massa ligeiramente, deixar secar ao ar e pintar com a cor pretendida.


Pintura de árvore de outono 


(from Arty Crafty Kids blog) 

materiais: tinta de várias cores, pincéis e cotonetes. 

como fazer: fazer o contorno a lápis do braço e mão da criança e pintar como se fosse o tronco da árvore. Em seguida, com um cotonete, fazer várias "folhas" de várias cores outonais. 


Folhas para fazer animais


(from Mini Reyve blog)

materiais: folhas pequenas nos mesmos tons, cola e imaginação (muita!) 
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terça-feira, 25 de outubro de 2016

"Sobre mim"

(from Moschino Kids)



Dia após dia, enchemos as nossas horas com tantas coisas que às vezes nos esquecemos de guardar o que mais tarde será parte do que recordaremos do passado. Com as crianças, passa-se exatamente o mesmo. Vivem tão intensamente... A noção temporal delas não é tal e qual a nossa... Cada semana parece-lhes um mês, cada mês parece um ano e cada ano parece-lhes uma eternidade... Mas no meio destas eternidades, estão detalhes que lhes vão fugindo da memória como areia quente a escorrer-lhes pelas mãos quando se deliciam na praia a fazer construções. Por isso, uma das maneiras mais giras de guardar alguns desses detalhes, é também das maneiras mais simples: registando-as... 



quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Bonito e Barato

(from Handmade Charlotte)


Uma das ideias mais giras e originais com que me deparei nos últimos tempos é baseada em algo tão simples como pratos de papel, cola, tesoura e criatividade.

(from Handmade Charlotte)

(from Handmade Charlotte)

(from Handmade Charlotte)

Para fazerem algo mais pessoal, as crianças podem escrever uma mensagem no corpo dos animais, colando um pequeno quadrado de cartolina ou simplesmente escrevendo no próprio prato, usando canetas brilhantes. 
Este tipo de arte, na minha opinião, é uma ideia perfeita para celebrar o dia da mãe, por exemplo. 

Dia Mundial de combate ao Bullying

(from Serendipity blog) 

Hoje, dia 20 de Outubro, é o dia mundial de combate ao bullying. Há tantos dias mundiais. Tantas causas. Tantos problemas por resolver no mundo... 
Mas o bullying é talvez dos que mais me preocupam, independentemente de quem o sofre: idosos, adultos ou crianças. 

Na minha vida, já conheci pessoas que, nos trabalhos, sofreram formas de bullying, a ponto de duas ou três horas antes de irem trabalhar, começarem a sofrer de ansiedade crónica. 

E assim como para adultos é difícil de suportar perseguições emocionais, para crianças ou adolescentes pode ser o começo de um pesadelo sem precedentes. 

É tão importante falarmos com as crianças. Perguntarmos como se sentem, como correu o dia. Ouvirmos o que têm a dizer... E ouvirmos o que nos dizem através de silêncios estranhos ou diferentes. 

Uma das atividades que pode ser feita num dia como hoje, é ler com elas livros que as ajudem a pensar no tema, sem estarmos pura e simplesmente baseados em teorias que facilmente podem cair em esquecimento. 

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A deliciosa arte de não fazer nada

(from Petit Backstage) 


Hoje li no Expresso uma entrevista ao neuropsicólogo Álvaro Bilbao que me encheu as medidas, como nenhuma outra o fez nos últimos tempos.
De todas as coisas acertadas que disse (no meu ponto de vista), uma das mais acertadas foi talvez dizer: "É incrível o que os miúdos inventam quando os pais não lhes dizem o que fazer."

Não podia concordar mais. Ano após ano, vejo que uma grande, grande (e repito novamente) grande maioria dos pais faz da vida dos filhos uma vida que, em alguns casos, suplanta a dos filmes (onde tudo é possível).

Já pude tirar algumas conclusões sobre esta tendência e chegar aos motivos pelos quais os pais o fazem. De uma maneira generalizada, os motivos são três:

1) os pais querem que os filhos tenham inúmeras capacidades e qualidades para se tornarem em crianças dotadas e capazes, o que é completamente legítimo

2) os pais sentem-se melindrados em não alinhar nas ideias dos restantes pais, pelo que se o Rodrigo, a Leonor, o Miguel e a Sofia andam na música, quem são eles para não por a Joana na música também...

3) os pais têm dias de trabalho exaustivos e longos, pelo que deixar o Duarte mais duas horas no colégio a ter Karaté ou Ginástica parece, de repente, uma excelente ideia, enquanto fazem o jantar sossegados ou vão ao supermercado

Claro está que as atividades para além da carga horária na escola podem fazer um bem enorme às crianças. Ajudam-nas a descomprimir de uma carga de horas sentadas na mesma posição. Ajudam-nas a gastar energia, a fazer amizades e a desenvolverem-se como pessoas. Mas só ajudam (e é importante que se perceba isto) quando são na medida certa e sem exageros.

Quando era pequena tocava alegremente numa banda filarmónica, mas verdade seja dita que o tempo que passei na banda foi muito reduzido. Depois da banda filarmónica, andei na ginástica uma ou duas vezes por semana.

Mas longas foram as tardes em que, depois de fazer os trabalhos de casa, recortava cartolinas para fazer caixas registadoras para fingir que tinha um supermercado ou uma loja de gomas, completamente feliz com o suposto tédio à minha volta. Quando não recortava cartolinas, construía edifícios com livros de capa dura, antes de caírem todos no chão e me lembrar de fazer outra coisa qualquer.

Hoje em dia, as crianças saem das aulas para um sem fim de atividades... E como se isso não bastasse, passam os fins-de-semana fora de casa, constantemente em programas sociais... Para chegarem às férias grandes, onde as esperam mais dezenas de atividades.

Muitas delas, já não conseguem sequer ser criativas, porque têm estado demasiado ocupadas em várias atividades e pouco entediadas, a inventar o que fazer.

E é aqui que reside a ironia da questão: os pais acham que, por levarem as crianças a diferentes atividades e a conhecer diferentes coisas, as tornam mais criativas... Quando em alguns casos, acaba por funcionar de maneira oposta.

A falta de criatividade espelha-se na forma como no intervalo já não sabem às vezes inventar jogos, a não ser que copiem o que as mandaram fazer numa ou noutra atividade. A falta de criatividade espelha-se nos textos que escrevem, de poucas linhas onde se limitam ao essencial. São capazes de descrever um fim-de-semana tão cheio de detalhes em poucas palavras "Este fim-de-semana fui ao treino de futebol, fui à aula de música, fui ao cinema, fui com a minha avó às compras e vi televisão."

De tudo o que fizeram, parece que estão tão viciadas em estarem com os dias tão cheios, que já nada tem grande relevo ou importância.

Algumas, como já presenciei, dizem que os pais são maus pais, porque não os deixam estar sossegados (quando na maioria dos casos, os pais são excelentes pais tentando dar-lhes uma vida boa, feliz e equilibrada). Então... O que será que estas crianças quererão dizer com isto? Por que é que será que estas crianças querem desesperadamente estar sossegadas?

Outras, estão viciadas em atividades e pedem aos pais para as inscreverem em só mais uma. Assim que surge um momento de sossego ou tédio, ficam irritadiças, querem um brinquedo novo, querem fazer alguma coisa e depressa.

Rouba-se assim a essas atividades todas, muito do bem que elas fazem (porque realmente fazem).

E às tantas, já temos pais a recusarem campos de férias com menos atividades e mais tempo livre, porque acham que pelo dinheiro que pagam, têm o direito a exigir mais atividades, mais originalidade, mais tudo.

E às tantas, já temos pais a sentirem-se maus pais por não terem dinheiro para pagar aos próprios filhos aulas de guitarra, pintura artística, treinos de futebol, ginástica ou natação.
Ou mesmo que possam fazê-lo, sentem-se maus pais por quererem simplesmente ficar em casa com os filhos, a aproveitar também o bom que é ajudá-los nos trabalhos e vê-los inventar maneiras de se entreterem sozinhos.

E às tantas, já temos crianças que não conseguem estar sentadas numa esplanada ou restaurante sem estarem ocupadas com alguma coisa.

E às tantas, já temos crianças que quando lhes perguntamos se o fim-de-semana foi bom (porque disseram que fizeram tantas coisas e tão diferentes) nos respondem com: "Foi normal, nada de especial"

E às tantas a vida torna-se nesse nada de especial, onde tudo acontece tão rápido e em tanta quantidade.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

"A minha mãe disse para eu não emprestar"

(from Anthropologie)

Desde que me lembro de dar aulas que tenho um copo na minha mesa com lápis, canetas, borrachas e afias. Como se calcula, o material que levo para o copo acaba invariavelmente estragado. As borrachas riscadas ou partidas, os lápis afiados vinte vezes numa só manhã e as canetas sem tampas. A quantidade de vezes que os meus alunos se esquecem de alguma coisa é incalculável e não gosto de estar a perder demasiado tempo de aula com o assunto, pelo que simplesmente lhes empresto o material desse copo e no final da aula devolvem. 

Só que o problema não podia ser assim tão simples, podia? É que há dias (e não são assim tão poucos) em que não foi um que se esqueceu, nem dois, nem três. Às vezes são quatro ou cinco. Ou porque perderam a borracha no colégio, ou porque o lápis se partiu ao meio, ou porque a caneta ficou em casa na mesa da cozinha. Enfim, há de tudo. Claro que no meu copo, não tenho muitas vezes material para todos os que não têm material. 

Assim, quando o material do meu copo se acaba, outros colegas de turma emprestam a quem não tem... E é aqui que começa a dor de cabeça... 

Tendo perfeita noção de que o material escolar bom é caro, também tenho noção de que a percentagem de material emprestado que depois subitamente desaparece ou se estraga é alguma. Por este último motivo, sempre que algum colega empresta material, repito várias vezes a quem não tinha o material que no fim das aulas tem de devolver o material e não só o tem de devolver, como o tem de devolver como estava. Não há simplesmente outra hipótese. 

E a verdade é que resulta. Regra geral, eles devolvem o material e tudo acaba em bem. Mas volta e meia, há sempre alguém que, sem material, pede material ao colega de mesa e se ouve em turma alto e bom som: "A minha mãe disse para eu não emprestar." 

Consigo perceber que as pessoas atinjam um limite, depois de comprarem material constantemente e de ouvirem volta e meia: o Rodrigo partiu-me a borracha, a Maria ficou com a minha caneta mas diz que não ficou e outras que tais. 

Mas também não estou certa de que a solução seja ensinar os filhos a não emprestar material e de certa forma, proibir os filhos de o fazerem... E passo a explicar o porquê: 

Para além de suscitar algumas questões morais quanto a aprendermos a partilhar o que temos (mas já nem me vou alongar por aí) a verdade é que não há caso absolutamente nenhum que eu conheça, como professora, de algum aluno que tenha dito que não podia emprestar e que depois passadas semanas não tenha precisado que lhe emprestassem material. 

Aconteceu com todos. Todos. Sim, todos mesmo. 

E conseguem adivinhar o que aconteceu depois? Claro que conseguem, porque  é por demais óbvio. Ninguém na turma lhes quer emprestar. 


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

"Não gostas disto? Mas tu nunca provaste!"

(from Xnet)

Quem conhece uma criança que diz que não gosta de uma comida só de olhar para o aspecto dela ponha o dedo no ar... Pois é. A comida é um daqueles casos em que o embrulho conta muito (e se falarmos para as crianças, conta mesmo muito). 
Não é por acaso que várias marcas de bolachas, iogurtes e doces apostam em personagens coincidentemente populares entre as crianças. 
Claro que eu, quando era criança, não fui excepção. Lembro-me com uma nitidez incrível do dia em que estava sentada, à hora de almoço, com o garfo na mão, a olhar desconsolada para o meu prato: um monte de puré de batata cor de trigo e areia quente - que até hoje não aprecio muito - com carne. Lembro-me de todos terem acabado de almoçar menos eu... E lembro-me de, com o desespero, me terem posto o puré com a carne no formato de um pardal. Nunca mais me esqueço da minha alegria a comer aquilo. Afinal já gostava de puré (e depois voltei a não gostar, quando cresci) e afinal a carne nem era assim tão má. Coerência a um nível altíssimo, bem se vê. 

Mas isto para explicar que às vezes, o mundo das crianças é diferente do nosso. Tão diferente... E se não o fosse, não teria tanta graça. 

Se errar é humano, por que é que é tão difícil aceitar que erramos?

(from Kids on the runway)

Assim como há quem não se importe de errar e considere que erros, todos os cometemos, também há quem lide extremamente mal com os seus próprios erros. Não é preciso pensarmos muito no assunto para chegarmos à simples conclusão de que por detrás de uma cabeça que não aceita os seus próprios erros, está uma personalidade exigente, perfeccionista e habituada a sair-se bem, que é como quem diz, a ser elogiada e admirada pelas suas qualidades. 

Alguns dos meus alunos são tão rápidos a aceitar os seus próprios erros que fico na dúvida se perceberam que erraram. Podem ter feito o maior disparate, que passados vinte segundos estão às gargalhadas com um amigo. Já outros, são bem capazes de passar duas ou três horas a chorar ou profundamente frustrados em silêncio. 

Mas o equilíbrio está no meio. Nem ficarem alegres passados vinte segundos, nem ficarem desgastados durante horas. 

E para haver equilíbrio, tem de haver uma noção clara do erro. Uma noção do que levou ao erro e o impacto que o erro tem. Às vezes não basta perguntarmos se ainda estão tristes. Às vezes não basta dizermos para não pensarem mais no assunto. Às vezes basta uma conversa honesta. Às vezes basta até ouvir. Ouvirmos, ouvirmos, ouvirmos. Ficarmos em silêncio. Ouvirmos. Fazê-los sentir que ouvimos, que estamos atentos, que estamos lá, que eles existem e que são importantes. 

E só depois explicar que para a próxima, fazem melhor. Para a próxima, vão lembrar-se disto e vai ser diferente. Para a próxima. Um dia de cada vez. 

Já dizia Ajahn Brahhm: "Todas as pessoas cometem erros. As pessoas sábias não são as pessoas que nunca cometem erros, mas aquelas que se conseguem perdoar a si mesmas e aprender com os seus próprios erros." 

domingo, 9 de outubro de 2016

Quando eles sentem que não têm amigos...

(from Mosuno, in Stocksy United)

Já todos devíamos saber (muito embora às vezes não queiramos) que amigos, no verdadeiro sentido da palavra, são seres tão raros na nossa vida como aqueles momentos únicos na nossa vida (o primeiro dia de escola, o casamento, o nascimento de filhos...) Por outras palavras, contam-se pelos dedos de uma mão (e não há mal nenhum nisso, pois como já dizia alguém, poucos mas bons).

Mas e se para nós adultos, é difícil gerir amizades (e trabalhá-las, nutri-las e aguentar alguns sapos) para as crianças é ainda mais difícil. As amizades entre crianças não são em si tão difíceis de nascer como as dos adultos, mas têm subtilezas que às vezes as dos adultos não têm (assim como têm por outro lado outra simplicidade).

Mas entre as subtilezas complexas, está... A frontalidade às vezes impensada. Se um grupo da turma não gosta de algum aluno da turma, de repente ninguém gosta dele. E se lhes apetece dizer que o novo penteado de alguém é feio, dizem-no sem dó nem piedade. Ou se notam que as calças de alguém da turma não foram passadas a ferro, não se ensaiam de dizer logo que as calças devem ter sido encontradas no lixo.

Assim, volta e meia aparece uma criança constantemente sozinha no intervalo, que pouco ou nada diz numa tentativa feroz de se manter de certa forma invisível.

E não me conformo com isso. Considero que é tão, mas tão importante crescermos com pelo menos alguma fé na humanidade. E essa fé na humanidade começa em vermos o quão bons os outros podem ser. Essa bondade vê-se, também mas não só, na amizade. Em termos amigos. Em sabermos que o mundo lá fora pode estar um desastre total, mas temos os nossos amigos. Por isso, depois há que trabalhar isso com a turma. Perceber o problema e resolvê-lo o quanto antes. Trabalhar para que toda e qualquer criança tenha amigos e que cresça com esperança na humanidade.

sábado, 8 de outubro de 2016

Reduzir desentendimentos, aumentar amizades


(from Fashion 2016 Latest trends Elle)


Ou como dizia alguém, acabar com o "foi ela que começou primeiro, professora". Uma forma de conseguirem ver mais claramente as qualidades dos colegas ou irmãos, é pedir-lhes para contornarem a própria mão numa folha branca e depois pedir à outra criança para que preencha, no espaço de cada dedo, uma qualidade sobre o dono da mão.

(from The Corner on Character: friendship is in our hands) 

Ideias para dias de chuva ou matéria já dada

(from ArtBar blog, a happy place) 

Já aqui falei da importância da criatividade nas crianças e na forma como as ensinamos a expressarem-se. Ser criativo é também não ter motivo para isso (nenhuma data particularmente especial).

(from The Mad House blog) 

Pintura em pedras: os minions, que são tão populares hoje em dia e relativamente fáceis de fazer. Para as crianças mais pequenas (que têm mais dificuldade em pintar os olhos) é se calhar preferível colar à pedra dois olhos adesivos (previamente comprados). 


(from Easy Peasy and Fun) 


O mesmo se pode aplicar a outros animais, como joaninhas. 

(from Crafty Morning)

Outra ideia igualmente gira é fazer corujas: não só os faz treinar o uso da tesoura, como os ajuda a desenvolver a criatividade podendo usar as cores que quiserem e os padrões que bem quiserem. 

Para um molde semelhante pronto a imprimir, ir a este link criado por Buddy and Buggy: 

https://drive.google.com/file/d/0B-cVjZBMBNNXcUQ5OVpDWGZhQjg/view

(from Crafty Morning) 

Esta ideia, por muito simples que possa parecer, é giríssima nos resultados que produz. Basta um garfo e muita criatividade e imaginação. O garfo, embebido em tinta, acaba por fazer padrões originais. 


Podem-se fazer desde flores, animais ou simplesmente deixá-los fazer as suas próprias criações. 
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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

E como vem aí o Dia Mundial da Alimentação...

(from Barefoot Blonde blog)

Nada melhor do que algumas atividades que façam as crianças perceberem a importância da alimentação e dos alimentos saudáveis. 
De entre todas as que já conheço, as minhas preferidas são sem dúvida: 

(from Women's day: 20 easy after-school snacks your kids will go wild over)

Lagartas e caracóis feitos de frutas. Isto também resulta muito bem simplesmente em desenho, pedindo-lhes que imaginem os corpos das lagartas e dos caracóis com os pedaços de fruta que quiserem.

(from Our Best Bites blog) 

Por outro lado, também se podem desenhar em folhas brancas A4 um prato com talheres ao lado e pedir às crianças que, com plasticina, façam as suas próprias representações das refeições saudáveis e as ponham em cima do prato. 

Para os muitos de nós que desejam um processo mais rápido (em vez de desenhar as folhas A4), dá para imprimir aqui um modelo que pode ser usado neste tipo de atividade, usando este link: 

http://picklebums.com/images/printables/picklebums_dinnerplacemat.pdf

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Quando eles se tornam pequenos adultos

(from Flukkie, DeviantArt)

Se há coisa que me entristece, é ver crianças transformarem a sua maneira de ser e terem toda a sua existência construída como se fossem adultos. Infelizmente, já por várias vezes conheci crianças-adultos. São aquelas crianças que têm uma noção apuradíssima do dinheiro (e na maioria dos casos, da falta dele). São aquelas crianças que deixaram de ter como tarefa matinal preguiçarem enquanto se vestem. Não podem. Não podem porque têm a obrigação ingrata de ir acordar os pais, ou de preparem sozinhas o pequeno-almoço. Em casos extremos, têm (imagine-se) a preocupação medonha de ter de tirar dinheiro aos pais para poderem comer. São crianças que sabem melhor o horário da escola do que os pais e como se isso não lhes bastasse, também sabem o horário dos empregos dos pais. Fazem de adultos. "Vá lá pai, acorda." e o adulto é que se espreguiça entre lençóis.

E às vezes, por muito bem que os pais tratem destas crianças-adulto, e sejam pais que fazem todos os sacrifícios do mundo para que elas sejam felizes e nada lhes falte, elas tornaram-se assim por obrigação moral para com quem vivem. Sentem que em casa não há dinheiro suficiente. Sabem que não podem fazer parte da equipa de futebol da cidade porque o "dinheiro não nasce nas árvores." Têm uma noção clara da infindável lista de preocupações dos pais. Às vezes basta que vivam só com a mãe ou só com pai, para se transformarem sem querer em crianças-adulto. Tomam as dores dos pais. Os medos. De repente, em vez de terem medo de não serem escolhidos no intervalo para um jogo, têm medo da conta de electricidade que falta pagar. E repetem para quem as quiser ouvir, do dinheiro que não têm.

E, como crianças-adulto, observam como adultos. Sabem o que se passa e da forma que se passa.

Porque também as há. As crianças-adulto silenciosas. Estudam o ambiente. Raciocinam. Chegam ao ponto de, quando um colega lhes diz: "pede à tua mãe para te comprar", responder: "ela gasta sempre tudo em cigarros..."

Engane-se quem julga que as crianças, por serem crianças, não entendem, não compreendem, escapasse-lhes  um conjunto de detalhes.

Sim, é verdade que muitos detalhes escapam à atenção das crianças mas os importantes, do dia-à-dia, raramente escapam.

Matemática: tanto de simpática como de dramática

(from Pinterest)

Nos últimos anos o programa de Matemática tem mudado muito. Às vezes fico com a vaga sensação que o programa vai mudando conforme o tempo: se há um ano de muito sol o programa fica acessível, mas se há  um ano particularmente chuvoso temos matéria até se formarem na faculdade. Ou seja, é difícil ter certezas lógicas pedagógicas de algumas mudanças... E mais difícil é ter certezas da funcionalidade  real dos programas, porque os resultados conhecidos a público dependem sempre de um sem fim de fatores que escapa com uma facilidade absurda aos nossos olhos como nos escapam milhares de entrelinhas nos anúncios, notícias e contratos de fidelização que vemos e lemos. Tendemos a absorver só o geral.

E assim, de geral em geral, se vão formando gerações de línguas preparadas a dizer com grandes certezas de que esta ou aquela criança é inteligente (ou não), com base na sua prestação a Matemática. Mas porque a Matemática não serve para discriminar, mas sim para unir (quem nunca reparou que na matemática há centenas de coisas interligadas?) resta-nos fazer as crianças perceberem que não é ao primeiro erro que devem desistir da Matemática e dizerem com uma prontidão assustadora e ao mesmo tempo penosa que "não" são bons "a matemática". Nem ao segundo erro. Nem ao terceiro. Nem ao quarto.

Uma forma de lhes mostrar isso de uma maneira mais prática e que lhes fique na memória, é recortar umas mãos de cartolina, dobrar um certo número de dedos  e pedir-lhes para contarem o número de dedos dobrados para baixo, ou seja, quantas vezes é que esta ou aquela personalidade errou antes de conseguir fazer algo bem. Como é um processo que não se limita só ao cálculo mental, mas que envolve uma certa participação da criança, mais facilmente vai guardar na sua informação de vida que errar é normal e humano.

Fazê-los ter noção da quantidade dos erros que pessoas brilhantes cometeram e mostrar-lhes desde cedo que por muito que procurem, nunca vão ouvir falar de alguém genial que nunca cometeu um erro, não é só importante, é fundamental.

Casos práticos para falar com as crianças:



(from Pinterest)

Michael Jordan, o famoso jogador de Basketball que de todas as vezes em que a equipa dele lhe passou a bola para que fosse ele a encestar e, consequentemente, a dar a vitória à equipa, dessas vezes todas, falhou 26. 


(from Pinterest)

J.K. Rowling, a famosa escritora da série de livros Harry Potter, tentou várias vezes que alguma editora gostasse e publicasse o primeiro livro da série Harry Potter, mas 12 editoras recusaram fazê-lo. 

(from Pinterest)

Walt Disney, o criador principal do mundo Disney como hoje o conhecemos, foi despedido do seu trabalho quando era ainda muito jovem porque o acusaram de "não ter imaginação nem boas ideias". 



Para outros exercícios práticos de contagem, também se podem usar obviamente as mãos de cartolina, que ajudam a perder o vício de contar pelos próprios dedos e a passar o raciocínio lógico para outro plano.


(photo from Relief Teaching Ideas)


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

"Não gosto de pão com manteiga. Posso pedir bolachas à Maria?"

(from The new general store)

A quantidade de alunos que à hora do intervalo abre a lancheira e faz um esgar de desagrado enquanto puxa uma sandes de pão de forma  toda embrulhada em guardanapos de papel tem aumentado tanto como a quantidade de pessoas a queixarem-se do estado geral do país: muito.

Porque hoje em dia, se fizermos uma percentagem por alto, setenta por cento dos alunos de uma turma tem para o lanche bolachas. Depois há uma pequena percentagem que tem fruta ou sandes. E o problema não está nas sandes (muito embora os pacotes coloridos de bolachas - às vezes até das personagens preferidas deles da televisão - sejam muito mais apelativos do que o guardanapo branco de papel). O problema está em quem leva sandes e vê o resto do mundo a deliciar-se com bolachas crocantes e de creme. É um bocadinho como quem faz dieta e vai a um jantar de amigos no rodízio.

E como se isto não fosse já motivo para cinco ou seis vozes queixosas dizerem que não gostam do lanche, ainda existem os outros casos.

E quais são os  outros casos ? Os casos em que a criança detesta manteiga, mas alguém lhe enviou para o lanche uma sandes só com manteiga. Ou até os casos em que a criança é alérgica a tomate e alguém lhe enviou para o almoço uma sandes com tomate. Ou os casos em que as sandes trazem fatias de queijo com bolor. Ou os casos em que as crianças nunca comeram pão de cereais escuro (as que estão habituadas a comer em casa reagem bem, obviamente) e de repente abrem a lancheira só para encontrarem umas fatias aparentemente queimadas de pão com uns "bocadinhos esquisitos enfiados na massa.. Posso deitar para o lixo, professora?"

Quantos dias faltam para o Halloween?

(from Hello Fashion Blog)

Quem é professor sabe bem que a matéria a dar parece não ter fim, mas ainda assim, continuo a achar importante arranjarmos tempo para este tipo de atividades. Por um lado,  as crianças aprendem conceitos novos ou percebem melhor conceitos que ouviam aqui e ali e que nunca conseguiram compreender muito bem... Por outro lado, desenvolvem a criatividade e são felizes. 
Bem vistas as coisas, dificilmente se vão lembrar daqui a vários anos daquela sexta-feira onde fizeram quatro problemas de matemática. Dias em que fizeram quatro problemas de matemática, ao longo da vida, vão ser muitos. Difícil vai ser distingui-los. Mas o mesmo não se passa com este tipo de atividades. Se calhar, mais facilmente se lembram da sexta-feira em que fizeram na escola uma aranha para o Halloween e não chegavam a acordo nenhum quanto ao nome que a aranha iria ter porque o João da fila do lado esquerdo também teimava em dar o mesmo nome (e tudo menos terem iguais, já se sabe). 

(from Molly Moo Crafts


Este projeto consiste em arranjar caixas pequeninas ou até mesmo amarrotar uma folha grossa de papel preto e fazer com ela uma bola enrugada (que será o corpo da aranha). Os olhos adesivos vendem-se em embalagens na loja Tiger, já as pernas das aranhas não estou certa de que também se vendem lá, mas penso que sim. 

(from The Spirited Puddle Jumper blog)

Este é dos projetos mais simples mas ao mesmo tempo, engraçados de fazer (sem contar que muito mais acessíveis para os mais novos). Bastam conjuntos de copos brancos e decorá-los a gosto de forma a parecerem pequenos fantasmas. 


(from Lets do something crafty blog)

Para atividades em turma ou em famílias grandes, em que cada um dá o seu contributo, acho gira esta ideia, que consiste em cada um fazer o seu próprio fantasma branco (recortar e fazer a cara que bem lhe apetecer). Depois, basta pendurar numa parede da sala. 


(from One Little Project blog) 

Para fazer uma recordação para que cada aluno possa levar para casa, fazer uma abóbora com papel crepe é uma boa solução. Para quem não quer enchê-la de doces, pode sempre enchê-la com algodão e selar bem a ponta, para que o corpo da abóbora ganhe volume. No fim, basta rodear a ponta da abóbora com uma fita cola verde ou uma tira de cartolina verde ou papel verde. 


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Da arte totalmente abstrata ao impressionismo

(from A Daily Something blog)


Já todos sabemos teoricamente o quão importante é a criatividade no ser humano. Mas a teoria não nos pode bastar. Já Einstein dizia que a criatividade é a inteligência a divertir-se. Criatividade significa capacidade de criar... Ora criar é também raciocionar, é ir mais longe, é chegar mais além... O que de certa forma se torna uma prova palpável de que Einstein estava incrivelmente certo. Mas até que ponto se incentiva à criatividade nas crianças? Quando é que há tempo para se ser verdadeiramente criativo?

Quando já só sobram alguns olhares cansados das horas preenchidas por contas ou composições e algumas pernas e braços agitados que arranjam toda e qualquer desculpa plausível para se mexerem (deixar cair lápis, levar papéis ao caixote do lixo ou pura e simplesmente espreitar para o trabalho do colega do lado) a criatividade supostamente estaria sem energia mental para agir. Mas acho curiosíssimo que, mesmo cansado, o cérebro humano se regale e entusiasme com uma oportunidade de ser criativo.

Eles não se sentem capazes de pegar sequer em mais um lápis, mas se lhes der folhas brancas para desenhar ou escrever o que quiserem, abrem-se sorrisos, alinham os lápis de cor nas secretárias ou encostam os lápis de carvão nos cantos da boca, pensativos. E criam, criam, criam... Onde não parecia existir mais energia, a energia surge na forma de criatividade. Eles voltam a sentir-se eles. Voltam a encontrar-se. Têm o sentimento de dever cumprido. De trabalho feito. De liberdade mental.

E não há nada melhor depois de trabalharmos, do que um cheirinho a liberdade.

Ideias para trabalhar a criatividade: 


Escolher uma letra do alfabeto e pedir para que escrevam todas as palavras de que se lembrem que comecem com essa mesma letra. Repetir o processo com outras letras. 


Desenhar numa folha branca um círculo preto e pedir para que desenhem o que quiserem em redor do círculo.