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Nos últimos anos o programa de Matemática tem mudado muito. Às vezes fico com a vaga sensação que o programa vai mudando conforme o tempo: se há um ano de muito sol o programa fica acessível, mas se há um ano particularmente chuvoso temos matéria até se formarem na faculdade. Ou seja, é difícil ter certezas lógicas pedagógicas de algumas mudanças... E mais difícil é ter certezas da funcionalidade real dos programas, porque os resultados conhecidos a público dependem sempre de um sem fim de fatores que escapa com uma facilidade absurda aos nossos olhos como nos escapam milhares de entrelinhas nos anúncios, notícias e contratos de fidelização que vemos e lemos. Tendemos a absorver só o geral.
E assim, de geral em geral, se vão formando gerações de línguas preparadas a dizer com grandes certezas de que esta ou aquela criança é inteligente (ou não), com base na sua prestação a Matemática. Mas porque a Matemática não serve para discriminar, mas sim para unir (quem nunca reparou que na matemática há centenas de coisas interligadas?) resta-nos fazer as crianças perceberem que não é ao primeiro erro que devem desistir da Matemática e dizerem com uma prontidão assustadora e ao mesmo tempo penosa que "não" são bons "a matemática". Nem ao segundo erro. Nem ao terceiro. Nem ao quarto.
Uma forma de lhes mostrar isso de uma maneira mais prática e que lhes fique na memória, é recortar umas mãos de cartolina, dobrar um certo número de dedos e pedir-lhes para contarem o número de dedos dobrados para baixo, ou seja, quantas vezes é que esta ou aquela personalidade errou antes de conseguir fazer algo bem. Como é um processo que não se limita só ao cálculo mental, mas que envolve uma certa participação da criança, mais facilmente vai guardar na sua informação de vida que errar é normal e humano.
Fazê-los ter noção da quantidade dos erros que pessoas brilhantes cometeram e mostrar-lhes desde cedo que por muito que procurem, nunca vão ouvir falar de alguém genial que nunca cometeu um erro, não é só importante, é fundamental.
Casos práticos para falar com as crianças:
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Michael Jordan, o famoso jogador de Basketball que de todas as vezes em que a equipa dele lhe passou a bola para que fosse ele a encestar e, consequentemente, a dar a vitória à equipa, dessas vezes todas, falhou 26.
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J.K. Rowling, a famosa escritora da série de livros Harry Potter, tentou várias vezes que alguma editora gostasse e publicasse o primeiro livro da série Harry Potter, mas 12 editoras recusaram fazê-lo.
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Walt Disney, o criador principal do mundo Disney como hoje o conhecemos, foi despedido do seu trabalho quando era ainda muito jovem porque o acusaram de "não ter imaginação nem boas ideias".
(photo from Relief Teaching Ideas)
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