(from Kids on the runway)
Assim como há quem não se importe de errar e considere que erros, todos os cometemos, também há quem lide extremamente mal com os seus próprios erros. Não é preciso pensarmos muito no assunto para chegarmos à simples conclusão de que por detrás de uma cabeça que não aceita os seus próprios erros, está uma personalidade exigente, perfeccionista e habituada a sair-se bem, que é como quem diz, a ser elogiada e admirada pelas suas qualidades.
Alguns dos meus alunos são tão rápidos a aceitar os seus próprios erros que fico na dúvida se perceberam que erraram. Podem ter feito o maior disparate, que passados vinte segundos estão às gargalhadas com um amigo. Já outros, são bem capazes de passar duas ou três horas a chorar ou profundamente frustrados em silêncio.
Mas o equilíbrio está no meio. Nem ficarem alegres passados vinte segundos, nem ficarem desgastados durante horas.
E para haver equilíbrio, tem de haver uma noção clara do erro. Uma noção do que levou ao erro e o impacto que o erro tem. Às vezes não basta perguntarmos se ainda estão tristes. Às vezes não basta dizermos para não pensarem mais no assunto. Às vezes basta uma conversa honesta. Às vezes basta até ouvir. Ouvirmos, ouvirmos, ouvirmos. Ficarmos em silêncio. Ouvirmos. Fazê-los sentir que ouvimos, que estamos atentos, que estamos lá, que eles existem e que são importantes.
E só depois explicar que para a próxima, fazem melhor. Para a próxima, vão lembrar-se disto e vai ser diferente. Para a próxima. Um dia de cada vez.
Já dizia Ajahn Brahhm: "Todas as pessoas cometem erros. As pessoas sábias não são as pessoas que nunca cometem erros, mas aquelas que se conseguem perdoar a si mesmas e aprender com os seus próprios erros."
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