sexta-feira, 31 de março de 2017

Sapatos à prova da infância!

(from Puma and Petit and Small)

Já todos sabemos: sapatos para crianças devem ser confortáveis e de boa qualidade. A verdade é que as crianças gastam muito mais as solas e os tecidos dos sapatos do que propriamente os adultos.

Porém, com o tempo, fui percebendo que dentro de por exemplo a mesma marca, há modelos que são excelentes para crianças e modelos que, sendo caros, não apresentam a qualidade que seria necessária para os pés de uma criança.

Hoje vou falar a título de exemplo de um caso que já me apercebi: um dos modelos que considero pessoalmente muito giro (eu, por exemplo, tenho um par deles) e que é sem dúvida um dos modelos mais famosos da atualidade é, porém, um modelo que vejo constantemente roto nos pés dos meus alunos. Na realidade, não há aluno meu que tenha estes ténis e que eles não apresentem em cada pé um buraquinho à frente, perto dos dedos:

(from Nike) 


Já este modelo, que também vejo muito pelos pés dos meus alunos, parece ser bastante mais resistente e durável (apesar dos brancos se sujarem facilmente, existe o mesmo modelo em preto):

(from Nike)

(from Nike)

Por vezes, estes pequenos detalhes fazem a diferença nos sapatos infantis. A verdade é que tecidos muito fininhos acabam por não ser uma boa ideia para o quotidiano. 

Livros como amigos

(from Gap Kids)


Sempre que penso em livros, penso num dos meus poemas favoritos da escritora Luísa Ducla Soares:

" Livro
um amigo 
para falar comigo
um navio
para viajar
um jardim
para brincar
uma escola
para levar
debaixo do braço. 
Livro
um abraço
para além do tempo
e do espaço."

Afinal, qual a importância das crianças gostarem de ler? Notem que não escrevi "qual a importância de as crianças lerem" mas sim "gostarem de ler". 

É que, como bem calculam, ler e gostar de ler são coisas muito distintas. Ler é fundamental, gostar de ler é importantíssimo. 

Como professora, é por demais óbvio para mim verificar que os alunos que mais gostam de ler, são sempre os mais criativos nas composições, mas não só. 

São também os que escrevem melhor e os que dão menos erros ortográficos. Mas há mais: por vezes, são também os mais compreensivos. 

É que ler não nos faz expandir só a imaginação... Ler obriga-nos a conhecer várias realidades, várias personalidades... Ler faz-nos conhecer diferentes situações e formas de reagir. 

E para as crianças, ler dá-lhes algo inestimável: personagens amigas com quem se identificam. Não é por acaso que as crianças querem ouvir o mesmo livro vezes sem conta: criaram uma ligação emocional com as personagens. 

Por isso, concordo profundamente com a escritora Luísa Ducla Soares: um livro é mesmo um amigo...

(from Apartment Therapy)



domingo, 26 de março de 2017

Dormir na casa dos amigos: Sim ou Não?

(from H&M)

Esta questão popula a mente dos pais há muitos anos e volta e meia, leio artigos sobre o assunto e assisto a palestras onde se fala nisso (também). 

Antigamente, há muitos anos atrás, era altamente improvável que uma criança dormisse na casa de um amigo de escola. Isso acontecia por vários motivos mas sobretudo por um motivo lógico e inquestionável: se a criança tem uma casa e se não há nenhuma ocasião especial, porque motivo haveria de dormir numa casa alheia, alterando a rotina de uma família (que por muito que goste de receber visitas, se vê forçosamente com mais trabalho, mais responsabilidade e menos privacidade)? 

Com os anos, foi sendo cada vez mais comum as crianças dormirem na casa de um amigo, porém... Quão comum? E será que isso é positivo (porque há maior convivência) ou negativo? 

Ouvindo opiniões que vão desde Psicólogos, Professores e Pais, cheguei à conclusão que, para uma criança em idade escolar (e quem diz crianças, diz adolescentes até aos 18 anos) dormir em casa de amigos, quando feito com mais frequência do que a suposta, é negativo. 

Qual é então a frequência suposta? 

Bem, vamos por partes. Que acontecimento leva a que uma criança durma na casa de outra? Uma festa de aniversário? Uma visita de estudo? Ou simplesmente porque se lembraram disso? 

Isso acontece uma vez por período escolar? Uma vez de 2 em 2 meses? Uma vez por mês? Uma vez a cada quinzena? Uma vez por semana (custa-me a acreditar que existam casos como este último de uma vez por semana, mas ainda assim, achei melhor citá-lo)?

A Psicóloga Laura Kirmayer (doutorada em Psicologia Clínica) trabalha no Child Mind Institute e defende que a dormida na casa de um amigo pode trazer muitos benefícios para a criança, mas deve ser ideia da criança e não do adulto/pai/mãe. 

Mais, a Dra Kirmayer defende ainda que, apesar das dormidas na casa dos amigos poderem ser divertidas, não é de todo verdade que só as dormidas nas casas dos amigos ajudem a criança a ser mais sociável. 
Assim, a Dra Kirmayer explica que muitos pais acham que as dormidas nas casa dos amigos são extremamente importantes para a socialização e a perda de timidez das crianças.

Acontece que, segundo a psicóloga, isso não é necessariamente verdade, defendendo que os encontros para brincar servem perfeitamente para ajudar na socialização da criança e chegam por si só

O Psicólogo Robert Myers explica também que as crianças devem conseguir lidar com a falta de rotina, mas que as crianças precisam muito de rotina, pelo que se a rotina é interrompida várias vezes, isso gera ansiedade, insegurança e irritabilidade na criança. 

Isto significa que, apesar de os pais deverem ajudar as crianças a lidar com imprevistos, quebrar a rotina do quotidiano constantemente não só não ajuda em nada a criança, como na realidade prejudica. 

A organização Healthy Children defende precisamente a mesma posição: "children do best when routines are regular, predictable and consistent" : as crianças reagem melhor quando têm rotinas regulares, previsíveis e consistentes. 

Voltando então à questão: qual é a frequência certa de dormidas nas casas dos amigos? 

A resposta parece intuitiva: a frequência necessária e básica (nem nenhuma, nem demais).

Há uma festa de aniversário especial que calha a uma sexta-feira ou a um fim-de-semana? Dormir na casa de um amigo da escola pode ser giro e ajudar a criança a ser mais independente. 

Há um jantar de família fora? Dormir na casa dos avós pode ser bom para algum tempo de qualidade entre avós e netos. 


(from Vermont Country store)

Mas quando é que é demais e acaba por prejudicar (e muito) a estabilidade emocional e social da criança? 

1) quando as crianças vão dormir a casa dos amigos algumas vezes sem motivo nenhum aparente e num espaço de tempo curto. Dormirem na casa de um amigo num fim-de-semana 1 vez por mês já é mais do que suficiente, pelo que provavelmente o aconselhado seria 1 vez a cada 2 meses ou 1 vez por período escolar.

2) quando as crianças dormem várias vezes na casa de amigos ou conhecidos durante a semana (em que no dia seguinte têm aulas)  

Eu, pessoalmente, não consigo concordar de maneira nenhuma com as dormidas na casa de amigos em dias de escola

Como professora, já constatei que uma percentagem grande das crianças que dormem durante os dias de escola na casa dos amigos, têm curiosamente: 

- mais queixas recorrentes psicossomáticas e físicas ("dói-me a barriga", "dói-me a cabeça", "não me sinto bem")

- piores resultados escolares nesse período de dormidas (subitamente descem as notas, fazem os trabalhos de casa de maneira mais despreocupada e descuidada. Já perdi a conta ao número de vezes que um "Muito Bom" desceu para "Suficiente" ou que um "Bom" desceu para "Insuficiente" na mesma fase em que duas crianças têm convivido mais em dormidas na casa uma da outra em dias de escola. 

- mais sono, pelo que volta e meia começam subitamente a queixarem-se de sono e de cansaço 

- mais chamadas de atenção, onde explicam que a mãe ou o pai não têm tempo para elas (na realidade, o que se passa é que as crianças não estão é a passar o tempo que precisam com os pais, para se sentirem amadas e equilibradas). 


Claro, para tudo na vida há exceções, pelo que excluo aqui as exceções. Porém, devo dizer que, até hoje, nestes últimos anos, nunca conheci nenhuma criança que, dormindo com frequência a mais na casa de amigos, não tenha saído prejudicada de alguma maneira. 

Por isso, temos a concluir daqui que: 

As dormidas nas casas dos amigos podem ser muito positivas para a auto-estima, socialização e independência de uma criança, quando são esporádicas (1/2 vezes por período escolar) e em dias de férias ou fim-de-semana.  Só. 

Em dias de escola: rotina, rotina, rotina. 

E as dormidas na casa dos avós? 

Como em tudo na vida, há que haver moderação pelo que é precisamente a mesma coisa: em dias de semana, evitar. Fins-de-semana: claro, o amor de avós é dos melhores do mundo!


terça-feira, 21 de março de 2017

"A tua irmã não é nada assim": quando as comparações são perigosas

(from Pepe Jeans Kids)


Theodore Roosevelt escreveu e bem: "Comparison is the thief of joy", ou seja, "A comparação rouba a alegria".

Os Brasileiros até têm uma expressão que gosto muito, muito engraçada quando vão de férias para um país estrangeiro que é algo como: "quem converte não se diverte", isto porque, se passarem a viagem de férias inteira a converter e a comparar o valor em reais e na moeda estrangeira, deixam de se divertir.

Comparar é necessário, mas também é perigoso, quando feito em demasia.

Supondo que queremos comprar uma máquina de lavar a roupa, de um certo modelo. Comparar o preço dessa mesma máquina de roupa em três lojas diferentes de um shopping, não tem nenhum ponto negativo: é a mesma máquina, tem as mesmas especificidades, enfim, é tudo igual.

Mas será que compararmos experiências, lugares, acontecimentos de vida, pessoas, é boa ideia?

Do ponto de vista motivacional, a comparação pode ser-nos útil para nos espevitar a alma: analisarmos o que é que os outros fizeram que lhes proporcionou sucesso e analisarmos o que é que fizemos que nos levou ao fracasso.

Mas é só isso.

Porque vejamos: se eu comparar as minhas férias em Londres com as férias de uma amiga minha em Nova Iorque e com as férias dos meus vizinhos às Ilhas Fiji, será que tiro daí algum tipo de conclusão útil?

Sim, nas Ilhas Fiji tinha aproveitado mais dias de sol e mar. (Se calhar devia ter ido para uma zona de praia). Sim, em Nova Iorque tinha podido visitar muito mais lugares que me entusiasmam e Londres já conheço bem (se calhar devia ter poupado mais meses e ido para Nova Iorque).

De repente, as minhas férias em Londres deixam de parecer tão boas.

Será que isso não me rouba a alegria inicial das minhas férias, mesmo que me tenha divertido, mesmo que Londres fosse precisamente o sítio onde queria passar as bem ditas férias? Rouba pois. Discretamente. Qual ladrão que entra de fininho sem ninguém dar conta.

O mesmo se passa quando se comparam irmãos. Não é possível comparar Nova Iorque, Londres ou as Ilhas Fiji. Não têm nada a ver!

Cada um dos lugares tem a sua beleza. Há quem ache Nova Iorque muito degradante e consumista e prefira as ruas clássicas e bonitas de Londres. Há quem considere as Ilhas Fiji sobrevalorizadas e prefira uma boa semana no Algarve e usar o resto do dinheiro noutra coisa.

Não dá para comparar.

Muito menos dá para comparar irmãos. Sim, vivem na mesma casa. Sim, receberam a mesma educação. Mas um gosta de preto e outro adora branco. Um tem facilidade em Matemática e outro é um pequeno génio das Artes. Um é extrovertido e consegue fazer rir qualquer pessoa, outro é incrivelmente tímido e observador.

Só dava para compará-los com justiça se ambos fossem iguais: mesmos genes, mesmos gostos, mesmas aptidões, mesmas capacidades.

E felizmente (essa é a piada do ser humano) as pessoas não são máquinas produzidas em grande escala e sempre iguais.

segunda-feira, 20 de março de 2017

A Páscoa vem aí!

A Páscoa está a chegar e começam a chegar-me um pouco por todo o lado sugestões de ideias para atividades em turma que já agora partilho convosco:

Grinalda de Páscoa

(from Revista Artesanato)


Materiais necessários:
(from Revista Artesanato)


Ir colando os ovos de papel lado a lado, em redor:
(from Revista Artesanato)



Pintainho de Páscoa

(from Make and Takes Blog)

(from Make and Takes Blog)



Máscaras de Coelho

(from Baby Ccino Kids)

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