(from Jackie Gibbs)
Pais, a sério, os vossos filhos ouvem mesmo o que vocês vão dizendo e geralmente (noventa e cinco por cento das vezes) chegam à escola e contam tudo.
Todos os dias, sou presenteada com informações familiares e pessoais do mais diversificado que se possa imaginar:
- o namorado novo da mãe ficou lá em casa esta noite a dormir, professora
- o meu pai ontem sem querer arrancou a cortina toda do duche, professora
- a minha avó diz que está gorda que nem uma pêra
- a minha tia hoje é que me vem buscar, a minha mãe marcou manicure
- o meu pai quando faz cocó lê revistas
- a minha mãe veio da depilação com um pelo encravado
- o meu irmão está com diarreia líquida verde escura
E como estas, sei mais umas centenas. Só que estas, são as engraçadas, as que não têm nada que me preocupe muito. O problema (e é aí que percebo que as crianças dizem coisas que ouviram e que alguns dos seus comportamentos têm muito que ver com o que se passa em casa) é quando eles me dizem:
"Eu não vou ter Bom mas também quero lá saber! Não quero saber disto para nada"
Se lhes pergunto porque é que não querem saber:
"A minha mãe disse que o que interessa é que eu passe de ano."
"O meu pai não vai pagar a visita de estudo, professora."
Se me remeto ao silêncio, acrescentam:
"Ele gasta tudo a fumar."
"A Carolina é uma gorda estúpida!"
Quando lhes explico que esse tipo de comportamento é inaceitável para com os colegas respondem:
"A minha mãe diz o mesmo do meu pai. O meu pai é um gordo estúpido!"
"Professora, o que é que acontece às pessoas doidas?"
Quando lhes pergunto porque é que me estão a perguntar isso:
"A minha mãe diz que está a dar em doida. Ela vai ser internada nos hospitais dos malucos?"
"Oh Márcio, vai-te matar!"
Quando lhes explico que não devem falar assim com os colegas respondem:
"Estava a brincar... Não era nada de mal. Os meus pais estão sempre a dizer isso um ao outro!"
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