domingo, 21 de maio de 2017

Como funciona uma escola no... JAPÃO?

(from Tumblr)

Quem me conhece sabe que adoro viajar e conhecer novas culturas. Se não puder ir eu lá, então que alguém me conte tudo ao pormenor, que eu vou buscar comida, água e mantas para ouvir tudo sem me cansar.

Assim, tendo eu amigos professores em todos os cantos do mundo, decidi criar aqui uma espécie de "série" chamada Como funciona uma escola no... (lugar)?

Apresentada a ideia, vamos ao que interessa: como funciona uma escola no Japão?

As escolas japonesas, na sua maioria, têm regras que não existem só para dizer que há regras... Elas são mesmo para ser cumpridas.

E algumas dessas regras, são:

- Em algumas escolas, não é permitido ter as unhas pintadas com verniz
- Em algumas escolas, não é permitido ter o cabelo pintado
- Em algumas escolas, não é permitido usar maquilhagem
- Não é permitido usar telemóvel dentro da escola (algumas escolas - pouquíssimas - permitem)
- Em algumas escolas, não usar porta-chaves presos à mochila/estojo
- Em algumas escolas, não é permitido usar o cabelo apanhado acima das orelhas
- Na maioria das escolas, não é permitido levar pacotes de doces ou salgados para a escola
- Na maioria das escolas, não é permitido levar Ipod, consolas de jogos...
- Na maioria das escolas, não é de todo permitido correr nos corredores da escola, mesmo que a pessoa esteja muito atrasada
- Em algumas escolas, não é permitido usar perfume
- Na maioria das escolas, os pais não podem levar os filhos à escola (há um local conhecido por vários pais onde as crianças devem encontrar-se de manhã... Assim, vão todas juntas (sem os pais presentes). Sim, mesmo crianças pequenas da escola primária.)
- Normalmente o horário escolar diariamente é das 8h às 15:30h
- Quando chegam, os alunos levantam-se, cumprimentam o professor com uma pequena vénia e só depois começa a aula
- À hora de saída, os alunos levantam-se, agradecem ao professor o professor ter dado a aula e só depois saem
- Al almoço, são as crianças que servem o almoço (que é enviado por empresas) aos seus colegas
- Os alunos limpam as salas de aula, as casas-de-banho e os corredores
- Os pais, em algumas escolas, são chamados à escola uma vez por ano para limparem os jardins da escola
- Na maioria das escolas, não existem máquinas de bebidas nem snacks. Os alunos comem exclusivamente refeições saudáveis enviadas por empresas alimentares
- Mais ou menos duas vezes por ano, há visitas de estudo que incluem as crianças dormirem fora
- Em muitas escolas, os manuais escolares (não incluindo os livros de exercícios) são dados pela escola



Como é o calendário escolar das escolas no Japão? As aulas também começam em Setembro?

Não O ano escolar no Japão começa em Abril e acaba em Março.


Ichigakki (Início do Ano Letivo, ou como se fosse o 1º Período): abril a julho – em julho os alunos têm as férias de verão de 6 semanas

Nigakki (Como se fosse o 2º Período) setembro a dezembro – sendo que em dezembro há uma pausa escolar de 2 semanas.

Sangakki (Como se fosse o 3º Período) janeiro a março – sendo que em março há uma pausa escola de fim de ano letivo

Quais os sapatos usados dentro da escola? 

A maioria das escolas pede aos alunos que usem uns sapatos específicos, chamados de uwabaki,  com o objetivo de todos os alunos estarem vestidos e calçados de maneira semelhante e também para prevenir que os alunos sujem os corredores das escolas com os seus sapatos/ténis de rua. Os uwabaki  geralmente são assim:

(from Wikipédia)



E como é o uniforme escolar? 

Dependendo da escola e do pedido, há alguns estilos diferentes de uniforme.

Como são as casas-de-banho nas escolas Japonesas? 

Depende das escolas e claro, depende das áreas da escola. Há escolas que têm para os professores e funcionários uma casa-de-banho igual à ocidental típica e depois têm, para os alunos, este tipo de casa-de-banho:

(from Sora News 24)


No entanto, há escolas que têm as casas-de-banho típicas ocidentais quer para professores, quer para alunos.

Os alunos e os pais levam muito a sério o sucesso escolar? 

Sim, sem dúvida. A cultura japonesa considera a educação importantíssima, pelo que muitos pais esperam dos filhos resultados brilhantes.

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Crianças criticadas e excessivamente críticas: porquê?

(from Little Circus shop)

Há muitos e muitos anos que os seres humanos se tornaram críticos. O desenvolvimento do raciocínio permitiu precisamente o sentido crítico, a comparação e mais tarde, o julgamento. 

Todos os dias, fazemos pequenos julgamentos, comparações e críticas mentais. É inevitável.

Se analisarmos as gerações de crianças que se vão seguindo ao longo dos tempos, vemos que as crianças sempre foram criticadas e críticas. Não é, portanto, um mal de agora. Mas estas últimas turmas, de crianças nascidas desde 2000, são especialmente críticas... E porquê? 

O que tanto criticam estas crianças? 

Para começar... Muitas coisas. 

"Ai professora, sabe o que é... Ele não gosta de nada..." dizem-me as mães todos os anos. 

Este tipo de criança passa as horas na escola ora a criticar o trabalho dos colegas: "eii, que desenho esquisito", a criticar a escola "esta escola também não tem nada de divertido para fazer no intervalo" ou a criticar os outros "o João passa a vida a olhar para mim"

E qual é o objetivo destas crianças? 

"Sabe Deus" respondem as mães e os pais. 

Posto isto, há 2 perguntas fundamentais a fazer:

1) A criança tem acesso a vários brinquedos, festas onde se pode divertir, tempo em família, tendo de uma forma geral o que ambiciona: passeios, comidas preferidas, brinquedos e elogios perante todos os seus feitos: notas escolares (independente da nota, desde que seja positiva), jogos onde vence, coisas engraçadas que diz, etc? Ainda assim, não gosta de quase nada?

2) A criança não tem acesso a muitos brinquedos, nem tão pouco tem passeios ou momentos de diversão regulares, porém, nunca gosta de quase nada?

Porque se a criança é do tipo 1: 

O problema está em que a criança, por ter acesso a tanta coisa, deixou de conseguir achar graça a várias outras coisas. Isto é muito comum nos dias de hoje, com todo o acesso que temos a quase tudo. E a culpa não é das crianças nem propriamente dos pais que tentam dar o melhor aos filhos. É mesmo do excesso de informação e de coisas ao nosso redor. Vivemos atolados de tudo. Em que tudo é fácil. 
É como oferecermos um passeio de carro por Sintra a uma pessoa que está habituada a viajar de avião para os lugares mais incríveis do mundo. Não é que o passeio a Sintra não seja lindo (e se calhar ainda melhor do que um passeio para outro lugar do mundo) mas a fasquia da pessoa encontra-se elevada de forma irracional. É um hábito. É como estarmos acostumados a ir trabalhar de carro, com ar condicionado no pico do verão e de repente nos dizerem para irmos de bicicleta a pedalar à torreira do sol.

A verdade é que se calhar não vamos querer ir de bicicleta a suar rua acima, mas é importante que nos "sujeitemos" às circunstâncias com alguma "elegância", que é como quem diz, fazer o que tem de ser feito, sem nos tornarmos em pessoas irritadas e irritantes.

Os pais podem tentar, aos poucos, fazer a criança esperar ou esforçar-se por algo. Se a criança quer muito um passeio num parque de insufláveis, seria por exemplo a sua prenda por uma boa nota escolar. Se a criança quer muito um conjunto de lego que é especialmente caro, explicar que para já, os pais não o podem comprar (mesmo que possam comprar, note-se!), pelo que terão de "juntar o dinheiro" até poderem: e estipular um prazo mais comprido, não dando algo "em troca", para que a criança perceba que sim, não vai receber nada para já, mas que, se esperar, terá o que ela realmente quer e não algo substituto.

Dar algo em troca, embora acalme a criança no momento, serve para criarmos na criança a sensação de que se insistir demasiado, consegue algo (pode até nem ser o carro a pilhas topo de gama da patrulha pata, mas acaba a receber o boneco da patrulha pata que balançava pendurado junto às caixas de pagamento). 


Se a criança é do tipo 2: 

O problema pode estar no facto de a criança não ver graça nas coisas por não se sentir verdadeiramente importante. Quer isto dizer que a criança se sente indiferente ou amedrontada no mundo.
Os pais devem, de alguma forma, dar mais atenção à criança, perguntando-lhe diariamente pela escola e fazendo um esforço para criar jogos de família com desafios, em que a criança consiga vencer e se sinta capaz e feliz, para que entenda que há atividades que são giras e que só o saberemos se as experimentarmos. 

Seja como for, convém lembrar que nenhuma criança nasce excessivamente crítica. A noção que a criança tem do mundo e das coisas é construída tendo por base o que ela vive e sente ao longo da infância.
E, por vezes, uma criança crítica não se enquadra nos exemplos acima e é, apenas e somente, uma réplica de um adulto excessivamente crítico com quem convive regularmente... 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Afinal, o que é um Spinner? Quem o criou? E porquê?


(from Wtop)

Os Spinners passaram as fronteiras dos Estados Unidos e chegaram em força à Europa... E como não podia deixar de ser, tornaram-se na nova grande moda também por cá, em Portugal. 

O que é, afinal de contas, um Spinner? 

Um Spinner é um brinquedo que gira como um pião, perante um impulso. Basta, no caso do Spinner, dar um impulso a um dos seus "braços" e ele ficará a girar durante mais ou menos 2 minutos. A grande diferença do Spinner para o pião é a base. Um pião facilmente tomba para o lado, quando perde velocidade. O Spinner, se em cima de uma superfície plana, não tomba. Ficará a girar até parar. 

Em que cores existe um Spinner? 

Todas as possíveis e imaginárias... Até porque, um pouco por todo o mundo, há pessoas a desmontar os Spinners e a pintá-lo livremente com tinta em spray. 

Quanto custa um Spinner? 

Depende dos locais de venda, obviamente... Mas nas lojas de rua, custa cerca de 5€. Nas lojas em shoppings pode chegar aos 9€. Na internet, Spinners especiais com luz, brilhos ou cartoons, podem chegar aos 40€. 

Qual a história por detrás do Spinner? Quem o criou e porquê? 

O protótipo do Spinner foi criado no início dos anos 1990, por Catherine Hettinger. Tudo começou com uma doença: Catherine sofria de Miastenia grave (que é uma doença neuromuscular que causa muitos problemas nos músculos, além de provocar fraqueza geral). Catherine relembra a fase em que criou o Spinner como um verão horrível, devido aos problemas que a doença lhe trouxe. Para além de ter de lidar com a doença, Catherine tinha também de tomar conta da filha, Sara. 

Como Catherine não conseguia mexer-se bem, não conseguia pegar nos brinquedos da filha de forma a brincar com Sara. Isso entristecia-a. Lembrou-se então de tentar fazer algo com que ambas pudessem brincar. 

Juntas, criaram o que viria a ser o Spinner. Tanto Catherine como Sara conseguiam girá-lo, pelo que já se podiam divertir juntas. 

Por que é que o Spinner é associado em algumas notícias a Autismo e Défice de Atenção? 

Porque, há alguns anos atrás, o spinner foi considerado o brinquedo perfeito para que crianças com autismo ou défice de atenção se sentissem mais concentradas e menos ansiosas. 
Essa teoria, porém, tem sido muito apoiada e muito contrariada... Pelo que faltam evidências científicas. 

Como é que o Spinner foi criado há tanto tempo e só agora teve o seu boom mediático? 

O Spinner surgiu num artigo da Forbes (revista de negócios e economia) como um dos brinquedos a ter no ano de 2017!

A criadora do Spinner terá ficado rica com tantas vendas pelo mundo inteiro? 

Não... Muito pelo contrário... Infelizmente, Catherine só conseguiu pagar a patente até 2005 (ou seja, pagou a patente durante 8 anos). 

No ano de 2005, como não tinha maneira de pagar os 400 dólares da patente, perdeu a patente. Assim, Catherine não tem qualquer direito legal. 

A criadora garante, porém, que se sente feliz por ver o sucesso da sua criação. 





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