sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O que pensaria o verdadeiro Pai Natal destas cartas?

(from Oscar de la Renta)



Chegou aquela altura do ano que as crianças adoram: escrever a carta ao Pai Natal - aquele senhor velhinho de barbas a fazerem lembrar algodão, que traz (só porque sim e porque é adorável para com o mundo) os presentes pedidos por carta.

A magia do Pai Natal reside talvez nisso mesmo: no conceito simples e tão bonito que alguém gosta de nós e nos envia algo que nós gostávamos de ter, só porque sim, só porque essa pessoa é boa pessoa e muito, mesmo muito generosa. De certa forma, o Pai Natal pode ensinar às crianças várias coisas importantes, como a beleza de darmos algo aos outros (e não só receber) sem esperarmos nada em troca. Pode ensinar também a importância de se comportarem bem (serem amigas dos seus amigos) para que o Pai Natal as recompense com uma boa surpresa.

Porém, nos últimos anos, tenho vindo a assistir, com alguma preocupação, à banalização da carta ao Pai Natal (e do Pai Natal também).

É com alguma tristeza que me apercebo que hoje em dia, a grande maioria das crianças só escreve o que quer na carta ao Pai Natal, (ou seja, escrevem exclusivamente a lista de coisas que querem receber) sem mandarem beijinhos, sem fazerem perguntas, sem perguntarem pelo Pai Natal, ou sem sequer agradecerem. Escrevem o que querem e, hoje em dia, ironicamente, num mundo em crise económica, as crianças e os adultos já quase não escrevem "se puderes".

E se pensarmos nisso, são dois verbos muito diferentes. Indicam sentimentos também muito diferentes.

Querer: verbo transitivo - ter a vontade de, ordenar, exigir, exprimir terminantemente a vontade, requerer, ter necessidade de...

Poder: verbo transitivo - ter a faculdade de, ter ocasião ou possibilidade de.

No fundo, quando numa carta se escreve quero, deveria ser acrescentado: se puderes ou se puder ser. Quer num contexto familiar (onde é a família a comprar as coisas pedidas) quer num contexto solidário (onde pessoas estranhas decidem ajudar uma causa com boa vontade).

É importante fazer as crianças perceberem que o Pai Natal é uma pessoa maravilhosa, mas não tem nenhuma obrigação para com elas e que tem milhares de pedidos por todo o mundo. Por isso, se ele puder (se tiver ocasião de comprar os presentes e possibilidades de o fazer) irá trazer os tão sonhados presentes.

Aquele espírito de magia de algumas cartas "como é a tua casa aí na Lapónia?", aquele espírito de partilha "e por favor não te esqueças das outras crianças todas no mundo", aquele espírito de amizade "vou deixar bolachas para ti e cenouras para todas as tuas renas" quase que, em suma, desapareceram.

Tudo isto foi substituído, numa grande percentagem de cartas, por "Pai Natal, eu quero um tablet, estes ténis e um jogo. João."

Não só se nota isto nas escolas, como em iniciativas de solidariedade. E não só  em cartas ou pedidos de crianças. Mas de adultos. Vários adultos.

Tenho pena disto. O coração diminui um bocadinho a ler algumas cartas destas. Se existisse verdadeiramente um senhor de barbas brancas, óculos dourados e sorriso bondoso, que recebesse em sua casa centenas de cartas destas, o que pensaria dele?

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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Já ouviram a expressão: "Vivendo e Aprendendo", não já?

(from Modern Girls & Old fashioned men Tumblr)


Hoje li uma espécie de artigo onde se abordava a seguinte questão: será que o que as crianças aprendem com o que vivem? A conclusão apontava para que sim: as crianças aprendem com o que vivem.

Isto, como explicava, engloba tudo. Se a criança vive com demasiada crítica em casa ("estás sempre a deixa tudo desarrumado!", "nunca comes a sopa ao mesmo tempo que a tua irmã porquê") ela aprenderá a ser crítica e a condenar os comportamentos dos outros muito facilmente.

Se a criança vive numa casa onde as pessoas são hostis umas com as outras, a criança vai aprender a começar a lutar ou a discutir ao menor sinal de confusão ou hostilidade. ("Estás a olhar para mim porquê?!")

Se a criança vive com pessoas que costumam dizer muitas vezes "muito bem", "estiveste bem", "gosto muito de ti", a criança aprende a ser empática, a ser carinhosa, confiante.  ("Professora, sabias que a Maria é a minha melhor amiga?")

Se a criança vive numa casa onde ouve demasiadas vezes "está calado", "está bem mas agora cala-te", chega à escola a dizer que ninguém gosta dela.

Por isso, é importante termos sempre em mente que o que as crianças vivem, elas aprendem. E como em tudo na vida, há aprendizagens boas e más.

domingo, 20 de novembro de 2016

Dia Nacional do pijama

(from Next)

Este ano o dia nacional do pijama vai ser amanhã (dia 21 de Novembro), porém, costuma ser dia 20 de Novembro, que é também o dia internacional da convenção dos direitos das crianças.

Direitos das crianças, algo infelizmente tão esquecido por muitas pessoas e muitos lugares por este mundo fora.

Como já se calcula, este dia não serve só para as crianças irem vestidas nos seus pijamas para a escola, mas serve principalmente para lembrar todas as crianças que não são felizes e que estão separadas das suas famílias.

Aspetos fundamentais a saber sobre este dia: 

- as crianças podem ir vestidas para a escola de pijama
- as crianças são livres de levar consigo um peluche
- na escola, serão feitas atividades relacionadas com o tema
- cada criança receberá uma casa dos pijamas (feita em cartão), que funciona como um mealheiro.
A criança deve levar essa casa de cartão para sua casa, onde pode montá-la.
- esse mealheiro servirá para a criança amealhar donativos de amigos, familiares, vizinhos ou conhecidos que queiram dar o seu contributo à causa
- no dia nacional do pijama, as crianças (vestidas nos seus pijamas) levam para a escola a casa dos pijamas com o dinheiro amealhado


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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Para os pequenos cientistas!

(from Couverture & The Garbstore) 

No dia mundial da ciência (24 de Novembro), seria interessante algum tipo de atividade. Para quem não tem tempo de uma atividade mais complexa por entre toda a matéria a dar, há sempre a hipótese de pedir que os alunos se desenhem a si mesmos como cientistas e escrevam nessa folha: Se eu fosse cientista eu inventava... (e deixá-los ser criativos!)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Vem aí o Dia Mundial da casa de banho

(from This Old House) 

Acho que a grande maioria das crianças (e porque não escrever dos adultos) não se apercebe da importância de uma casa de banho nas suas vidas. Há tanto a dizer sobre uma simples (e tão complexa) casa de banho. Por isso, como o dia mundial da casa de banho está a chegar (19 de Novembro) nada como abordar esse tema.

Com alguns minutos reservados, podemos explicar às crianças que antigamente as pessoas só podiam usar certas casas de banho consoante a sua cor de pele. Principalmente nos Estados Unidos, onde a maioria das casas de banho das pessoas afro-descendentes ficavam nos jardins exteriores das casas, numa espécie de cubículo de madeira.

No filme The Help (em português, As Serviçais), uma das cenas que abordam este tema é a cena de quando durante um enorme temporal de chuva e trovoada, Minny (que trabalhava para um família rica) tem vontade de ir à casa de banho mas olha apavorada para o temporal lá fora, através da janela.

E não é preciso recuarmos tanto no tempo, para falarmos com as crianças sobre a importância da casa de banho. Podemos também explicar-lhes que hoje em dia, em alguns lugares mais pobres do mundo, há crianças como elas e muitos adultos que não têm uma casa de banho. Não têm água para se lavarem, toalhas para se secarem, gel de banho ou sabonetes cheirosos, nem tão pouco brinquedos que podem levar para o banho.

Neste momento, existem mais de 60 milhões de crianças que nascem em lugares onde não há casa de banho. 60 milhões. Como pode isto ser sequer possível?

Uma das atividades que pode ser feita é com um simples jarro de compota ou mel e uma fita cola que cole de ambos os lados da fita, colar purpurinas ou brilhante. Deixar secar e deixá-los guardar lá a escova do cabelo, elásticos ou algo que seja útil na casa de banho.



(from Something Turquoise: how to make diy glittered glass jars)

1º passo: usar fita cola (que cola de ambos os lados) 

(from Something Turquoise: how to make diy glittered glass jars)

2º passo: cobrir com pó brilhante (disponível em várias cores)

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